Uma coisa que adoro em histórias é a conexão emocional com ela. Preciso me sentir parte da trama e sofrer as dores dos personagens. Quero rir quando eles riem e chorar quando eles choram e, em romances, gosto de sentir amor, paixão, tensão – tudo que faz uma boa química entre um casal.
O The Write Practice tem uma análise bem legal que sugere três formas de criar essa conexão emocional com leitores, que não precisa ser romântica, mas precisa fazer com que o leitor e a leitora sintam seus personagens.
1 – Faça com que os leitores e as leitoras se importem com seus personagens o quanto antes.
Essa é uma regra que sigo faz algum tempo. Para garantir verossimilhança e humanizar meus personagens, eles são imperfeitos. Erram, possuem traumas, questões mal resolvidas e lidam com muitos problemas internos e externos. Para que leitores possam se conectar com eles, eu preciso que se importem com meus personagens a ponto de querer saber o que vai acontecer com eles, de perdoar os erros que eles possam cometer e de defendê-los quando eles precisarem de defesa.
Se você demora demais para apresentar os conflitos internos do seu personagem, se você demora demais para construir o envolvimento emocional do leitor com seu personagem, ficará mais difícil que seus leitores e suas leitoras prossigam na história, porque eles não se importarão com os eventos. E é pior ainda em romances quando o personagem imperfeito comete algum erro grave e precisa de redenção. Você não conseguirá que leitores e leitoras perdoem os erros e aceitem a redenção se eles não se importarem, não é mesmo?
2 – Mostre a dor para ampliar a conexão emocional entre leitores e seus personagens.
Focar na dor infligida e sofrida por personagens é uma ótima estratégia para conectá-los com os leitores. Não que eles precisem sentir o mesmo que seus personagens, mas focar na dor humaniza e faz com que a história seja mais real.
Segundo o The Write Practice, a chave para isso está na intensidade. Quando os sentimentos dos personagens são intensificados os sentimentos do próprio leitor se intensificam, criando a conexão desejada. Muito cuidado, no entanto, com os exageros. Essa intensidade precisa estar dentro dos limites do plausível e do tolerável. Há livros que despejam carga dramática em excesso, massacrando o leitor com sofrimento e dor e tornando a leitura pesada, quase impossível de prosseguir. Se você estiver escrevendo um livro de terror, com eventos horríveis e muito violentos, pode ser aceitável o apelo que ultrapasse a tolerabilidade, mas outros gêneros devem ponderar para evitar o excesso.
Mostrar a dor intensamente, mas dentro de limites e de forma que ela pareça real. Essa é a dica.
3 – Optar pelo sacrifício pela escolha ao invés do sacrifício pelas circunstâncias.
Personagens fazem sacrifícios e escolhas, ambos nem sempre ligados. Um sacrifício pode ser direcionado pelas circunstâncias da história e ele atingirá os leitores, mas não necessariamente criará conexão emocional com o personagem. Se o o sacrifício se dá por escolha, ou seja, se o personagem decide abandonar um projeto, desiste de um sonho ou do amor de sua vida por decisão própria, os leitores sofrerão mais impacto com suas atitudes.
As dicas de hoje foram essas e espero que tenham gostado!
Foto de Kelly Sikkema na Unsplash